segunda-feira, 16 de julho de 2012

Sobre o silencio




Grande parte da minha educação foi baseada no silêncio.

Sempre odiei a mania da minha mãe de fingir que não estava escutando quando alguém(no caso, eu) fazia uma pergunta idiota. Ela simplesmente ficava quieta e continuava o que estava fazendo. Eu tinha um ódio profundo disso. Aquele silêncio constrangedor de ser ignorado, inevitavelmente agravado quando acontecia de alguém estar por perto presenciando a minha humilhação. Eu interpreto isso como uma chance que ela dava pra eu aprender a pensar duas vezes antes de perguntar. Ocasionalmente, eu chegava a uma resposta por conta própria. Hoje, eu me pego fazendo a mesma coisa com os outros muito mais vezes do que eu gostaria. 

O meu pai também tinha um silêncio. Quando ficava bravo com alguma coisa, ele não dava bronca, não batia, não esquentava, apenas me fitava com aquele olhar. Silêncio. De novo, eu tinha que pensar duas vezes solucionar o que estava acontecendo.

Talvez por isso eu tenha tanta facilidade em entender as pessoas.
 
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