segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Sobre Raiva



Sonhei que era mãe, pela primeira vez. Mais do que a minha filha, o que me fez lembrar do sonho foi o fato de estar enfurecida com a minha mãe, por ela dar uma BALA para a nenê, que por sua vez abria a embalagem sozinha e enfiava o doce na boca de uma vez! "Mãe, ela só tem 3 meses! Pelo amor de Deus! Ela não pode comer açúcar na primeira infância, de jeito nenhum!" E embalei nisso uma das minhas corriqueiras explicações sobre como a criança ainda nem desenvolveu paladar para doce com essa idade. Como ela estaria criando um vício que seria muito mais difícil de ser quebrado no futuro... Eu estava muito revoltada!

Foi simbólico ter tido um sonho assim, pois esse atrito entre minha mãe e minha filha me ajudou a lembrar do sonho em si, pensar na minha linhagem matriarcal e na minha gestão dos sentimentos.

Eu tive uma infância bastante perturbada. Fazia muito xixi na cama. Mamei na mamadeira até os 11 anos de idade. Falava muito enquanto dormia e brigava muito com a minha mãe nos sonhos. Frequentemente, eu acordava gritando com a Dona Joana.

Demorei muitos anos pra entender que sou movida pela raiva. Ela me ajuda muito ter consciência de que todos os elementos são necessários e precisam estar integrados em mim. Hoje, vejo o quanto esse sentimento me ajudou a buscar justiça nos níveis mais sutis possíveis. A Raiva é professora e motivadora. Me tira da inércia e me faz agir. Se me incomodo e me revolto é porque estou viva e tenho forças pra lutar. Se me subestimam ou humilham, me levanto muito mais determinada.

Pri Garcia

sexta-feira, 1 de março de 2013

Sobre Homeoffice


Olha, eu trabalho em casa há dois anos e meio, e a conclusão que eu tiro disso é que pessoas que não rendem em casa, não rendem no escritório também. Profissionalismo de pijama só funciona se, à priori, você for um bom funcionário.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Tá caro


Quando a gente acha que tudo é caro, é porque precisamos rever nosso parâmetro de custo.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Sobre turbulência


Que ano inesperado!
Eu precisaria de 3 meses pra descrever tudo que aconteceu em 2012, e ainda faltariam detalhes.
Na verdade, preciso considerar o último ano e meio como uma fase só.

Provavelmente, a frase que eu mais disse foi "é uma longa história, mas resumindo:"

Me sinto uma pessoa profundamente mudada. Mais dura, mais madura, muito mais segura.

Em certos momentos eu só queria acelerar o tempo pra que tudo de ruim fosse logo embora, mas eu sabia que cada momento de agonia e incerteza iria me fazer uma pessoa mais paciente e mais forte. Menos ansiosa, talvez.

Quando eu achava que nada de pior podia acontecer, lá vinha mais um tapa na cara. Mais uma lição torta que eu preferia não ter aprendido.

Essa foi a fase em que eu perdi mais lágrimas, dinheiro e inocência.

Muitas vezes me senti injustiçada pelo destino. Em outras, decepcionada por escolhas mal feitas.

Escolhas...

Vi a boa vontade de estranhos que me ajudaram a localizar o cara que deu PT no meu carro estacionado e fugiu.
Ví a má fé e a desconfiança do ser humano quando não confiaram que eu ficaria apenas mais três meses em Londres e não me deixaram entrar.
Aprendi o desapego da maneira mais dura, sendo obrigada a deixar tudo o que eu estava construindo pra trás.
Quando não tinha nada além de dividas enormes, que jamais imaginei que teria, aprendi a dar valor para o meu dinheiro e a economizar para o pior.
Fiz burrice: Renovei sem querer um contrato que não deveria nem ter sido feito e paguei um aluguel de um lugar que não uso há 5 meses.

Aprendi que a saudade e a dor de perder quem se ama não vão embora.
Senti muita saudade.

Aprendi a desconfiar das pessoas, porque ninguém é 100% bom ou ruim, e a confiar no meu instinto acima de tudo.

Falhei e recebi segundas chances. Falharam comigo e dei segundas chances.

Se não fosse por pessoas maravilhosas, verdadeiros anjos na minha vida, não sei como teria conseguido superar tudo.

Sofri uma epidemia de Bed Bugs.
Prestei IELTS.
Fui algemada, tomei banho e fiz uma refeição em uma cadeia inglesa.
Passeei muito.
Tirei muitas fotos.
Fui a muitas exposições e a alguns casamentos.
Comecei a assistir seriados americanos, coisa que nunca tinha feito.
Virei Zumbi numa festa à fantasia.
Conheci Inglaterra, Irlanda, Escócia, Itália, França, Alemanha e revisitei a Bélgica.
Morei com gente da Polônia, Itália, Espanha, Lituânia, China, Inglaterra, Nova Zelândia, EUA etc.
Visitei um campo de concentração nazista.
Conheci o Jamie Oliver.
Senti, pela primeira vez, o prazer de ter uma casinha minha, arrumada do meu jeito.
Tive minha primeira bicicleta dobrável.
Dormi uma noite em frente a um castelo.
Fiz uma melhor amiga de um país que eu praticamente não sabia a existência.
Conheci uma nova fruta preferida: O Pêssego turco.
Visitei uma catacumba repleta de ossos humanos empilhados.
Assisti à orquestra Simón Bolivar regida pelo Gustavo Dudamel no Royal Albert Hall.
Ví muita neve.
Visitei um templo Hindu.
Fiquei em segundo lugar em um concurso de poesia em inglês.
Fui a um festival incrível de música brasileira e africana, e a um carnaval de bloco de rua com Monobloco e Sargento Pimenta em Lodres.
Fui ao Lago Ness, mas não vi o monstro.
Recebi uma carta que eu escrevi pra mim mesma há dez anos.
Casei.

Descobri que eu não tenho medo de me perder, contanto que eu tenha um mapa em minhas mãos.

Aprendi que é possível gostar de um lado de uma pessoa que algum amigo meu não goste.

Felizmente, as coisas negativas não negativam as boas, muito menos a melhor de todas. Vivi um amor lindo que vence barreira atrás de barreira há 3 anos. Eu sou muito grata por ter alguém tão doce, paciente, inteligente, companheiro e amoroso ao meu lado, em cada vitória ou derrota, minha ou dele.

Ainda bem que eu parei pra fazer essa retrospectiva, porque no final das contas, aconteceram muitas coisas ótimas que deixaram lindas memórias.

Mas eu superei absolutamente tudo de ruim e sei que essa virada de ano vai ser uma virada nessa fase que fica pra trás.


sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Sobre sebos


A minha vontade de escrever se foi com a minha vontade de ler. A ânsia que eu nutria por empilhar livros novos e usados na fila da leitura se perdeu em alguma curva da minha vida


Sobre vazio, parte 3 capítulo 35


Há algo de diferente em mim. Eu sinto como se tivesse perdidos meus objetivos. Me tornei insegura e confusa. Não entendo mais meus sentimentos, e nem sei se quero entender.

Sobre confiança


Super cola só funciona se a superficie estiver limpa.

Sobre o ódio



Eu sempre achei que era errado odiar uma pessoa.
Que, se eu odeio alguém, é porque o ódio está na minha mente. Provavelmente eu projetei algo na pessoa e não a conheço direito.

Na verdade, eu nunca tinha odiado alguém. E isso é uma coisa que só com o tempo percebemos. Eu imaginava que para odiar alguém eu precisava ter muita mágoa e inveja acumulada no meu coração.

Mas não...

No meu caso, o ódio era apenas uma maneira do meu instinto se manifestar e dizer: cuidado com essa pessoa, porque ela vai te foder.

Só quando ela me fodeo de fato eu pude perceber o que meu 6 sentido dizia há muito tempo. Pude parar de me martirizar.

Sempre acreditei que ninguém fosse 100% bom ou ruim. Mas eu não tenho tempo nem disposição suficientes pra conhecer o lado bom de quem se mostra ruim primeiro. Prefiro me dedicar a pessoas que realmente importam. Então passei a não me sentir mal em, com toda sinceridade do mundo, não suportar uma pessoa.

O ódio é humano também.
Me sinto mais livre agora.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Sobre o silencio




Grande parte da minha educação foi baseada no silêncio.

Sempre odiei a mania da minha mãe de fingir que não estava escutando quando alguém(no caso, eu) fazia uma pergunta idiota. Ela simplesmente ficava quieta e continuava o que estava fazendo. Eu tinha um ódio profundo disso. Aquele silêncio constrangedor de ser ignorado, inevitavelmente agravado quando acontecia de alguém estar por perto presenciando a minha humilhação. Eu interpreto isso como uma chance que ela dava pra eu aprender a pensar duas vezes antes de perguntar. Ocasionalmente, eu chegava a uma resposta por conta própria. Hoje, eu me pego fazendo a mesma coisa com os outros muito mais vezes do que eu gostaria. 

O meu pai também tinha um silêncio. Quando ficava bravo com alguma coisa, ele não dava bronca, não batia, não esquentava, apenas me fitava com aquele olhar. Silêncio. De novo, eu tinha que pensar duas vezes solucionar o que estava acontecendo.

Talvez por isso eu tenha tanta facilidade em entender as pessoas.

terça-feira, 22 de maio de 2012


um ano longe de casa. eu acordei hoje, lembrei que minha privada tá completamente entupida e que tem umas lâmpadas queimadas que eu tô meio sem grana pra substituir no momento. assisti uns tutoriais de desentupimento de privada e pensei no que faria pro almoço. talvez isso seja ser adulto. pelo menos ainda não são fraldas e mamadeiras. aí pensei que tenho um monte de trabalho pra fazer, coisas que nunca fiz antes e que morro de medo de não conseguir fazer. medo. medo é igual ao nojo de desentupir a privada. a gente tem que botar umas luvas, escolher a técnica adequada de enfrentar o bicho e partir pra cima. tentei coca-cola e água quente, no nojo, não no medo. resolvi mudar a abordagem e fui comprar um desentupidor. no mercado, mudei de opinião. balde, soda cáustica, luvas e lâmpadas em mãos, pensei que tudo poderia ser mais fácil, mais barato, mais divertido. lembrei que fazia um ano que não abraçava praticamente todas as pessoas que eu amo no mundo. entre elas, uma que nunca mais abraçarei. fiquei emocionada, mas tava calor. eu odeio chorar no sol. cheguei em casa e tentei resolver o problema. mas não deu certo. não quero gastar grana com encanador, talvez compre um desentupidor. seilá...mudar de tática. tanta coisa mudou nesse um ano. as coisas tão acontecendo... bem mais devagar do que eu imaginava que aconteceriam, mas é o tal do tempo ao tempo. não dá pra forçar nada, quer dizer, talvez o entupimento dê.


segunda-feira, 30 de abril de 2012



Evitemos o sofrimento desnecessário.
Empatia vem do amor e não da dó.

Pri Garcia

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012


tomando conta da panela,
lendo uma crônica de uma escritora conhecida,
ouvindo Dylan,
cabelos secando.

roupa lavada, estendida no varal
coração batendo, olhos lacrimejando.

preciso voltar a escrever

Pri Garcia
---
Ouvindo: Bob Dylan - Like a rolling stone

sábado, 15 de outubro de 2011

About settling



Let's traveling around the world.
Let's conquer ourselves.

Pri Garcia
---
Ouvindo: Born to be wild

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Sobre concordar



Sente dor porque vive.
É clichê por humildade.

Pri Garcia
---
Ouvindo: John Mayer - Everyday I Have The Blues

Sobre expectativa



Arrepios, não de frio ou medo.

Pri Garcia
---
Ouvindo: Norah Jones - December

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Sobre o calor


Um combustível que não evapora.

Pri Garcia
---
Ouvindo: Adele - Hometown Glory

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Sobre relacionamentos errados



Servem para valorizar O Certo.

Pri Garcia
---
Ouvindo: Stephen Fretwell - Darlin' Don't

Sobre compatibilidade



Discorde de minhas opiniões mas não renegue meus hábitos.

Pri Garcia
---
Ouvindo: Scott Matthews - Underlying Lies

Sobre confiança



Nem toda sinceridade é necessária.

Pri Garcia
---
Ouvindo: Scott Matthews - Eyes wider than before

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Sobre se entreter



Momentos de angústia intercalados com momentos de alívio.


Pri Garcia
---
Ouvindo: Stephen Fretwell - New York
 
BlogBlogs.Com.Br Yoomp